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PERAE/ SHAHRP BRASIL

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O que é:

O PERAE é um programa de prevenção para ser aplicado em escolas, que pode re­duzir os problemas do uso de álcool e o próprio consumo entre jovens, se implementado como recomendado. Trata-se de um programa preventivo que foi construído com base em dois pilares principais: a experiência dos jovens e a evidência científica.

O projeto foi originalmente desenvolvido na Austrália por pesquisadores do Na­tional Drug Research Institute, da Curtin University, onde é conhecido por SHAHRP (School Health and Alcohol Harm Reduction Project). O SHAHRP foi adaptado para o Brasil por pesquisadores do NEPSIS (Núcleo de Pesquisa em Saúde e Uso de Substân­cias) do Departamento de Psicobiologia, da Universidade Federal de São Paulo. A versão brasileira do programa foi nomeada PERAE (Programa de Estímulo à Saúde e Redução de Riscos Associados ao Uso de Álcool Aplicado ao Ambiente Educacional).

A primeira fase do programa é adequada para alunos do 8º ano do Ensino Funda­mental II (12/13 anos) e a segunda fase para alunos do 9º ano (13 ∕ 14 anos). O material é composto por atividades interativas que trazem para sala de aula a discussão sobre o consumo de álcool entre jovens. Vale ressaltar que apenas a primeira fase do programa, para alunos do 8º ano, foi implementada e pesquisada no Brasil.

É o primeiro programa de prevenção ao uso de álcool do mundo baseado na aborda­gem de redução de riscos que avaliou a mudança de comportamento dos participantes. O programa foi adaptado para a realidade de escolas privadas da cidade de São Paulo, por meio de um protocolo de pesquisa, uma vez que a adaptação transcultural é um pré-requisito considerado essencial para sua viabilidade em outros países. A pesquisa foi de extrema relevância para a adequação do material à nossa realidade.

PROJETO PERAE: estudo de adaptação do SHAHRP para o Brasil

Estudo 1: teve por objetivo traduzir e adaptar a Fase I do programa SHAHRP para o contexto de escolas privadas de São Paulo; verificar a opinião de espe­cialistas brasileiros da área de educação sobre drogas e adaptar o conteúdo do programa às experiências dos alunos.

O material foi traduzido para o português e passou por adaptações no design gráfico. Foram incluídas situações relatadas por estudantes brasileiros, que fo­ram coletadas por meio de grupos focais sobre o consumo de álcool. Os especia­listas trouxeram sugestões para adequação do vocabulário e apresentação gráfica do material, levantaram críticas quanto ao tempo curto para fazer as atividades no tempo de hora/aula do Brasil e quanto à quantidade de atividades escritas do material. Também, pontuaram o potencial inovador em práticas de prevenção devido ao encadeamento lógico e didático das aulas e a construção de conheci­mento em conjunto com os alunos.

Estudo 2: teve por objetivo verificar a aceitação da Fase I do programa PERAE por alunos e professores e a viabilidade de implementação do programa no cur­rículo escolar.

A primeira fase do programa foi implementada em quatro escolas particulares, sendo três de São Paulo capital e uma do interior do estado. O programa foi aplicado por pro­fessores de matemática, português, ciências, educação física e por orientadores educacionais (psicólogos). Cada escola adotou uma estratégia de implementa­ção: utilizar cada semana uma hora/aula de disciplinas diferentes sem sobrecar­regar nenhuma, inserir na carga horária de ciências (cujo conteúdo já faz parte da grade curricular), inserir nas aulas de educação física ou nas aulas de por­tuguês. Todas as possibilidades foram viáveis, no entanto a inclusão em aulas de educação física foi criticada pelos alunos. Foi possível implementar 70% das atividades como instruídas no material do professor, em oito aulas, sendo 40-50 min por semana.

Os alunos consideraram que foi transmitido conhecimento útil por meio das atividades, gostaram da dinâmica das aulas (bastante interativas) e com troca de opiniões entre os alunos. Assim como indicaram os especialistas, os alunos gostaram menos das atividades escritas e individuais. Eles sugeriram incluir mais tempo para o programa, incluir atividades sobre outras drogas e sobre situações emergenciais, casos mais graves. No entanto, a maioria dos alunos manteria o programa sem mudanças.

 

Os professores também indicaram o tempo curto da hora/aula como um entrave à conclusão de todas as atividades indicadas para uma aula. Disseram que tive­ram que interromper discussões importantes e o ideal seria fazer em mais do que oito aulas ou estender o tempo de uma aula. Sobre a abordagem de redução de riscos, os professores consideraram que os alunos ficaram mais críticos sobre situações que envolvem consumo de álcool. Eles relataram que os alunos se sen­tiram mais respeitados e absorveram melhor os conteúdos, pois o programa dá a possibilidade do estudante pensar e analisar a situação em conjunto. Os próprios professores indicaram que o programa deve ser feito por um professor treinado na abordagem de redução de riscos, que tenha interesse voluntário para aplicar as atividades e se identifique com a proposta do programa. Os alunos disseram que o professor mais indicado é aquele que se interessa pelos alunos, para além do conteúdo das aulas, e que entenda os conflitos atuais de sua geração.

 

 

Por que focar na bebida alcoólica?

 

No Brasil, estima-se que 25% dos estudantes tenham consumido alguma droga que não seja álcool e tabaco. Para o uso de álcool a estimativa é de 60%, sendo a droga de início de uso mais precoce e a mais consumida entre adolescentes de diferentes países. O consumo exagerado do álcool está associado a muitos riscos e danos, apesar de ser a droga culturalmente mais aceita no país.

O início do consumo ocorre em torno dos 12 anos de idade, sendo que aos 18 anos, idade legal para o consumo da droga, mais de 80% dos jovens já beberam pelo menos uma vez. Com o aumento da frequência de consumo e do número de doses consumidas, o risco de sofrer consequências associadas ao uso de álcool é maior.

Estima-se que, pelo menos uma vez no mês, 30% dos alunos do ensino médio consomem ao menos 5 doses numa mesma ocasião. Entre os que bebem, cerca de 30% relatou algum problema causado pelo consumo. Se o álcool for consumido nesses níveis por jovens, a chance de brigas acontecerem aumenta em 4 vezes, a chance de ter relação sexual sem proteção aumenta quase 5 vezes e a chance de ir para a escola sob efeito do álcool aumenta 6 vezes. Quanto mais frequente o consumo, maiores os riscos.

 

 

O PERAE é composto por:

 

Formação: é recomendado que a formação seja realizada pouco antes do início do pro­grama. É apresentado aos professores uma visão geral do estudo sobre as mudanças de comportamento, as bases científicas do programa e o modelo interativo de todas as ati­vidades. Recomenda-se que pessoas que tenham experiência com atividades interativas sejam os professores/ facilitadores do PERAE.

 

Manual do professor: o manual funciona como um guia para os professores. Ele contém o planejamento estruturado e detalhado, com questões para facilitar a discussão, dicas para ajudar no manejo das atividades e informações sobre questões relacionadas ao ál­cool. Ao longo de algumas atividades foram incluídas situações relatadas pelos próprios jovens, que facilitam a discussão realista sobre estratégias para permanecer mais seguro.

 

Material do aluno I e II: o material para os alunos visa estimular o interesse e partici­pação dos alunos, fornecer informações, incentivar os alunos a explorar mais questões, registrar o que aprenderam e, também, funciona como uma ferramenta para consolidar as atividades práticas.

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ARTIGO PUBLICADO

Redução de riscos relacionados ao uso de álcool entre adolescentes: um estudo de viabilidade do programa SHAHRP em escolas brasileiras.


Clique aqui para acessar o artigo completo em inglês. 

Material didático PERAE / SHAHRP Brasil

 

O acesso ao material didático do programa PERAE é gratuito. 
Preencha as informações abaixo e você receberá o material em seu email.

Nota: Ao completar as informações abaixo você consente que o Nepsis Educação possa convidá-lo a fornecer informações sobre o uso do material e solicitar informações úteis para pesquisas futuras e atualização do mesmo. 

Mensagem Recebida. Enviamos o material para o seu email.

Por favor, olhe também a caixa de spam e entre em contato caso não tenha recebido.

Se houver dúvida, envie email para nepsiseducacao@gmail.com

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